quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Vivendo na eternidade

por Janete Ferreira

Nunca te vi tão livre como ali, preso entre as flores que te abraçavam querendo aquecer o pouco que ainda te prendia aqui... O calor de nossas lágrimas, olhando a dor tão de perto, vivenciando um alívio cruel de sermos apenas coadjuvantes. O sentimento desesperador de quem não consegue entender a roda gigante dessa vida, tão pouco iluminada. Mãos de artista são sagradas, mas estão cruzadas esperando apenas o aperto da divina saudade...


O que nós entendemos a respeito dos sonhos? Eu via tantos ali deitados na pessoa de um jovem, enquanto tantos outros desperdiçam fragmentos de vida em ódios tolos, apegos desnecessários. Que alívio, confesso que temia esse dia porque dentro de mim esse já era um milagre cauterizado, mas te olhando, ali senti a presença de Deus, amando, cuidando... Te deixando livre para dançar entre as nuvens, fazer desenhos com elas e sonhar acordado, deitado sobre o colo do Pai, porque talvez esse tenha sido seu maior desejo a vida toda... Colo de pai. Agora é eterno, definitivo, ninguém te roubará essa alegria. Poxa, pensando bem, pobre de nós... Que ainda não sabemos o que estamos fazendo. Quanta honra conhecer pessoalmente o compositor da vida, privilégio de quem foi tirado um relógio e dado de presente a eternidade.



P.S-Peço emprestada a frase do filme que inspirou o nome desse texto in memoriam ao querido Zezé Bronzatti: “Não tenho medo da morte, mas da vida não vivida”... Psiu, você que está lendo: Deus te deu o dia de hoje para viver, ser feliz e fazer a diferença!

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