sexta-feira, 2 de abril de 2010

Sexta-Feira Santa

“Tudo está consumado!”

“Pai, nas tuas mãos eu entrego o meu Espírito”.

A leitura de hoje está em João 19, 30 e em Lucas 23, 46.

Hoje é Sexta-Feira Santa, dia que a Igreja pede Jejum e abstinência de carne. Ao participarmos desta celebração nos deparamos com três momentos: a liturgia da Palavra, a adoração da Cruz e o rito da Comunhão.

Junto a esta celebração, vamos mergulhar em duas falas de Jesus. Ele cumpre plenamente a vontade do Pai. Entrega-se por inteiro para nossa salvação. Ele é o Senhor! Ele é o Salvador!

Hoje, a Igreja nos convida a adoração da Cruz, vamos participar desta celebração e vivenciar este momento com o mais sincero desejo de abraçar a Cruz.

Convido-o a uma leitura tirada de São Tomás de Aquino: “que necessidade havia para que o Filho de Deus sofresse por nós? Uma necessidade grande e por assim dizer, dupla: para ser remédio contra o pecado e para ser exemplo do que devemos praticar”.

Foi em primeiro lugar um remédio, porque na paixão de Cristo encontramos remédio contra todos os males que nos sobrevêm por causa de nossos pecados.

Mas não é menor a utilidade em relação ao exemplo. Na verdade, a paixão de Cristo é suficiente para orientar inteiramente nossa vida. Quem quiser viver na perfeição, nada mais tem a fazer do que desprezar aquilo que Cristo desprezou na cruz e desejar o que Ele desejou. Na cruz, pois, não falta nenhum exemplo de virtude.

Se procuras um exemplo de caridade: “ninguém tem amor maior do que Aquele que dá a vida pelos amigos (Jo15, 13). Assim fez Cristo na cruz. E se Ele deu sua vida por nós, não devemos considerar penoso qualquer mal que tenhamos que sofrer por causa Dele.

Se procuras um exemplo de paciência, encontras na cruz o mais excelente! Podemos reconhecer grande paciência em determinadas circunstâncias: quando alguém suporta com serenidade grandes sofrimentos ou quando pode evitar os sofrimentos e não o evita. “Ora, Cristo suportou na cruz grandes sofrimentos, e com grande serenidade, porque atormentado, não ameaçava”, (I Pe 2, 23); “foi levado como ovelha ao matadouro” (Is 53, 7).

É grande, portanto, a paciência de Cristo na cruz. Corramos com paciência ao combate que nos é proposto, com os olhos fixos em Jesus, que em nós começa e completa a obra de fé. Em vista da alegria que lhe foi proposta suportou a cruz, não se importando com a infâmia (Hb 12, 1-12).

Se procuras um exemplo de humildade, contempla O crucificado: Deus quis ser julgado sob Pôncio Pilatos e morreu.

Se procuras um exemplo de obediência, segue Aquele que se fez obediente ao Pai até a morte: como pela desobediência de um só homem, isto é de Adão, a humanidade toda foi estabelecida, numa condição de pecado, assim também pela obediência de Um só, toda a humanidade passará para uma situação de justiça (Rm 5, 19).

Se procuras um exemplo de desprezo pelas coisas da Terra, segue Aquele que é Rei dos Reis e Senhor dos senhores, no qual estão encerrados todos os tesouros da sabedoria e da ciência, e que na cruz está despojado de suas vestes, escarnecido, cuspido, espancado, coroado de espinho e, por fim, tendo vinagre e fel como bebida para matar a sede.

“Não te preocupes com as vestes e riquezas, porque repartiram entre si as minhas vestes” (Jo 19, 24); (...) “nem com honras, porque fui ultrajado e flagelado; nem com a dignidade, porque tecendo uma coroa de espinhos, puseram-na em minha cabeça” (Mc 15, 17); (...)“nem com os prazeres, porque em minha sede oferecem-me vinagre” (Sl 68, 22).


Fonte:rccbrasil.org.br

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